sexta-feira, 6 de agosto de 2010

IPO - Uma história mal contada

Neste post vamos falar do IPO e das suas várias aventuras. Em Junho de 2007, foi avançado que o IPO se iria instalar em Barcarena. O terreno seria adquirido pela CMO que depois o cederia ao Ministério da Saúde. Nesta altura, a CML era dirigida por Carmona Rodrigues (PSD/CDS). Só que em 2007 deram-se também as eleições intercalares da cidade de Lisboa. O vencedor foi António Costa, candidato do PS, que, curiosamente, tinha acabado de sair do Governo. Governo esse que tinha feito um acordo com a CMO. E assim, como se de um milagre se tratasse, o IPO passou a estar destinado para ficar junto ao Parque da Bela Vista. Acho que todos nós sabemos o que aconteceu. Mais tarde ainda, já em 2010, fica-se a saber que afinal o IPO irá manter-se na Palhavã e sofrerá obras no valor de 45 milhões. A pergunta que se coloca é a seguinte: Quem é o responsável por este fiasco? Uma resposta interessante é dada pelo António Correia de Campos, ex-ministro da Saúde, comentando o caso no DN.

"O IPO não é de Lisboa, é dos doentes e de todos os doentes da zona sul do país"

Esta primeira frase é esclarecedora.

"Todos os candidatos disseram que não queriam deixar sair o IPO de Lisboa, o que para mim foi uma decisão errada"

Aqui o sr. Correia de Campos demonstra claramente que a decisão do IPO se manter em Lisboa é errada. Foi uma decisão baseada em conveniências políticas. E o responsável foi o sr. António Costa. Se a Câmara não tivesse sido ganha pelo PS aposto que o resultado teria sido bastante diferente.

"É uma ambição ajustada às necessidades dos doentes oncológicos, o país é que se revelou um pouco mais mesquinho"

Por fim, acho que esta afirmação diz tudo. A "mesquinhez" e falta de pensamento estratégico de pessoas como o sr. António Costa é que causaram isto tudo.

Resta saber quando é que os intervenientes neste processo vão ser responsabilizados. Quem ficou a perder foram os utentes do IPO e os residentes de Oeiras. A forma como este processo foi conduzido é uma vergonha. O interesse dos utentes foi subjugado ao interesse político. E Oeiras ficou a perder a possibilidade de desenvolver um pólo inovador na área das ciências da saúde. E agora o IPO fica na Palhavã sofrendo obras no valor de 45 milhões, algo claramente insuficiente para quem tenha uma visão a médio/longo-prazo. Esperemos que todos os intervenientes neste processo tenham aprendido alguma coisa. E que a ministra da Saúde compense o concelho, construindo aqui o novo centro hospitalar de Lisboa Ocidental. É que parece que há muita gente que se esquece que Oeiras é o centro de facto da AML.

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